Sim. O sorriso, também é o reflexo de como anda a saúde do nosso organismo. O fato de podermos manipular o sorriso, alterando cor, redefinindo forma, melhorando sua estética, sempre fascinou o dentista Patrick Nasato, mas, no entanto, o papel da odontologia vem mudando, sendo necessária a integração entre dentistas e médicos, pensando na saúde geral do paciente. “O mais importante no sorriso, além da estética, é que ele seja um sinal de saúde do organismo e nos dê autoestima suficiente para vivermos bem”, afirma.
De acordo com o dentista Patrick Nasato, a cavidade oral faz parte do sistema digestivo e reflete condições sistêmicas importantes do organismo. “Não podemos isolar a boca do resto do corpo, ou seja, quando tratamos determinados problemas bucais um acompanhamento médico e de outras áreas, pode ser necessário. Em nossa rotina clínica observamos inúmeros pacientes desprovidos de cuidados médicos e odontológicos, sendo que muitos, estão assim há anos. É nossa responsabilidade fazer uma avaliação cuidadosa, relacionando os sinais bucais, os fatores de risco (cigarro, álcool, etc.) e os aspectos da saúde geral como problemas cardiovasculares, diabetes, problemas respiratórios, entre outros”, explica Nasato.
De acordo com o dentista, especialista EM é fundamental que a criança tenha um acompanhamento odontológico desde o nascimento dos primeiros dentes. “Nesta fase, durante o crescimento e formação das arcadas dentárias, podemos encontrar problemas relacionados à respiração, fonética, deglutição, entre outros. A evolução destes problemas sem acompanhamento de um ortodontista, afeta a oclusão (mordida) e sua resolução nem sempre é simples em adultos”, ressalta o dentista.
Uma atenção especial ao nosso sorriso, mas não só aos dentes, é importante para que algumas doenças não se desenvolvam. Sabe-se que a boca é um local que contém diversas bactérias e um controle delas pode ajudar a evitar doenças. Estima-se que em uma boca saudável possa existir cerca de 10 bilhões de bactérias, aumentando consideravelmente na falta de uma boa higiene bucal.
Segundo explicações de Nasato, o periodonto (tecidos envolvidos na sustentação dos dentes, incluindo a gengiva) é ricamente vascularizado e colonizado por bactérias que formam o biofilme. O biofilme é uma comunidade bacteriana organizada e que consegue proteger-se em ambientes hostis. Um biofilme patogênico, presente numa periodontite, pode degradar o periodonto fazendo com que bactérias e seus produtos penetrem na corrente sanguínea, causando vários efeitos sistêmicos. “A quantidade de bactérias que penetram na corrente sanguínea vai depender do grau de doença bucal encontrada. Embora a maioria dos estudos não seja conclusiva, as bactérias bucais tem recebido importância no relacionamento de doenças como diabetes, arteroesclerose, infarto, doenças respiratórias e partos prematuros. Daí a importância de se eliminar bactérias e biofilmes bucais, através de raspagem e alisamento radicular, feitos por um cirurgião-dentista. Além disso, o tratamento deve ser complementado com orientações de higiene oral, para serem feitos em casa pelo próprio paciente. Com uma boa higienização, pode-se diminuir em até 10 vezes o número de bactérias presentes na boca”, orienta o dentista.
Ele também explica que a gengivite é a resposta inflamatória inicial da nossa boca frente a uma agressão bacteriana, caracterizando-se principalmente pelo sangramento e edema. “Embora essa inflamação seja reversível, se o agente agressor não for eliminado, pode ocorrer perda dos tecidos que sustentam os dentes de forma irreversível, caracterizando a periodontite. Os efeitos da periodontite são mais graves, incluindo mobilidade e mudança na posição dos dentes, mau hálito, sangramento gengival. Porém, nem sempre apresenta sintomatologia dolorosa”, ressalta o dentista, reforçando a necessidade de acompanhamento e da prevenção através de visitas regulares ao dentista.
“Como relatei, além da prevenção dos problemas bucais, atualmente o horizonte da odontologia se abre e remete a prevenção de problemas mais sérios, da saúde geral do indivíduo. Pensando no paciente como um todo, não tratamos mais “dentes” apenas. Portanto, para um paciente que se compromete em manter o sorriso saudável, acaba tendo os benefícios sentidos pelo organismo, melhorando sua qualidade de vida e prevenindo doenças sistêmicas graves”, confirma Nasato.